Analisando o comportamento das pessoas seja na família, na sociedade e atualmente no âmbito político constatamos um alto nível de intolerância diante da falta de limites das pessoas em desrespeito ao direito do outro.
Na convivência humana, a tolerância é uma atitude que pode até ser considerada uma virtude. Isso porque ao exercê-la, deparamos com a capacidade que temos para lidar com a nossa própria impaciência. Quando alcançamos com determinação a força de vontade para acolher, compreender alguém, ser benevolente, essa conduta se torna uma virtude.
O diálogo é a arte em que duas pessoas conseguem expor seus pontos de vistas e ao mesmo tempo ouvem o que a outra parte tem a expressar. Juntas chegam a um consenso sobre suas opiniões e valores proporcionando um clima de boa vontade e compreensão recíproca. A tolerância é entendida como o respeito e compreensão pelo modo de ser e pensar do outro.
Quando há tolerância sem diálogo podemos estar diante de uma convivência doentia. É comum depararmos no âmbito familiar uma vivência em que esposa se torna refém do marido, pelo simples fato de usar a tolerância para se fazer aceita na vida do outro. Conviver é um aprendizado a ser conquistado no dia a dia. É preciso que se alinhem diálogo e equilíbrio, pontos considerados para a prática dessa arte.
Toda relação harmoniosa é baseada na compreensão, respeito ao espaço, à individualidade e aos direitos de cada um. Todavia a pessoa indulgente demais passa a ser escrava dos caprichos do outro sem perceber que há de se estabelecer um limite.
Em alguns momentos é preciso praticar o silêncio. Mas se essa prática se faz constante para evitar o conflito é indício de um grito sufocado de socorro. Daí a importância do diálogo para estabelecer o controle da paciência e não chegar ao estremo do seu limite. Se a tolerância for sem controle pode levar a um estado de sofrimento para quem se submete. Por exemplo, uma mãe ou um pai que aceita os erros recorrentes de um filho pode estar promovendo uma educação sem limites, o que pode levar a um ambiente familiar doentio.
Busca, pois, a sabedoria do entendimento para enxergar que o grau da sua tolerância é que determina o limite do outro.