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Serei mais uma a comentar o fato. Mas isto é necessário. É necessário que todos se manifestem contra o fato, visto que, a violência, é hoje, uma das principais preocupações da sociedade porque atinge a vida e a integridade física das pessoas sejam elas crianças, jovens, adultos ou idosos.

A violência, infelizmente, é um produto de modelos antidemocráticos e de perturbação da ordem que têm suas raízes na história do mundo. É uma transgressão da ordem e das regras de vida que devem ser seguidas por toda a sociedade. Ela é um atentado direto à vida humana, a ausência e desrespeito aos direitos do outro, a violência representa pressão psicológica e agressão física, simbolizada pelo estupro, brigas em família e falta de respeito entre as pessoas, agressividade nas atitudes e palavras.

Geralmente, a violência está associada à pobreza, à miséria, à exclusão social, mas nem sempre isto é a realidade. A agressão, o crime e a violência física e psíquica acontece em todos os lugares, até em nossas casas. Padrões de educação contrários ou diferentes das normas de convivência e respeito podem causar estranhezas, desconfortos e gerar a violência.

Consequências

Alguém agredido de qualquer forma, tem dificuldade de se relacionar com o próximo, com o cônjuge, com o filho, com a escola, com os colegas, no trabalho e em sociedade. Aí, a dificuldade de relacionamento, de aprendizagem, de adaptação e convivência em sociedade torna-se difícil, desconfortável, impossível, se não for tratada. É preciso estar atento para ajudar os que se encontram nessa situação. Somos produtos do nosso meio, e só vamos devolver ao mundo aquilo que ele nos der ou ensinar.

É preciso a construção da paz!

As pessoas não precisam ser iguais, na verdade, nem podem ser iguais. Cada ser é único!

A vida é cheia de novidades e expectativas, e toda unanimidade é burra, sem horizontes, sem contrapontos, que podem levar a outros raciocínios e resultados diferentes, embora muito positivos e legítimos.

A violência é uma atitude reprovada, porque é criminosa, e ela é criminosa porque nós a reprovamos. É uma situação de pressão, de ameaça ou falta de capacidade dos indivíduos reagirem a uma série de ataques internos e externos ao quais são submetidos.

Infelizmente, a violência gera violência. Os atingidos são pessoas tristes, solitárias, anti sociais, excluídas dos grupos, vilipendiadas, criticadas e desvalorizadas. Em consequência disto tornam-se deprimidas, têm também momentos de fúria e de choro, e até ideias de auto extermínio ou mutilação  por se sentirem rejeitadas.

As crianças, por exemplo, refletem na escola o que vivem no seu dia a dia. São pessoas caladas, afastadas das outras crianças, e sofrem com o bullying. Criticadas sentem-se humilhadas e submissas e tornam-se cidadãos complexados, que não desfrutam com alegria dos prazeres da vida e da amizade.

As violências domésticas e simbólicas são também praticadas em casa ou na escola e geram indivíduos incapazes de se adaptar ao mundo com dificuldades de se sentirem amados e de saber amar.

Pais, alunos e professores devem unidos, observar e estar atentos ao que acontece ao seu redor. A atenção que se dá a qualquer pessoa  para o seu crescimento como ser humano, como um indivíduo participativo e pertencente ao mundo, é fundamental. A atenção é a forma mais rara e pura de generosidade. O mar não é menos bonito aos nossos olhos por sabermos que às vezes navios naufragam (Simone Weil).

Fatores que desencadeiam a violência

São inúmeros os fatores que levam crianças, jovens e adultos a praticarem atos violentos e delitivos. Brigas,  xingamentos, castigos constantes, opressão, bater, matar, suicidar, estuprar, roubar, assaltar, ameaçar com armas, pancadaria, ter guerra com alguém, andar armado  e participar das atividades de gangues são ações que permeiam a sociedade desencadeando medos e reações diversas e desastrosas.

A violência doméstica pode ser a raiz de muitos males. Ela é praticada por familiares ou pessoas ligadas diretamente ao convívio diário de crianças e adolescentes. Ela traz revoltas e gera revoltados.

A violência simbólica – é uma prática que a escola exerce sobre o aluno quando o anula da capacidade de pensar e o torna um ser capaz somente de reproduzir ou repetir o que aprende e ouve. Difícil  de ser percebida  e exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer,  quando as escolas impõem conteúdos destituídos de interesse e de significado para a vida dos alunos ou quando os professores se recusam a proporcionar explicações suficientes, abandonando os estudantes à sua própria sorte , desvalorizando-os com palavras e atitudes de desmerecimento e desatenção. Essa violência também pode ser contra o professor quando este é agredido em seu trabalho pela indiferença e desinteresse do aluno.

A desigualdade social é um dos fatores que levam um jovem a cometer atos violentos. A situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os indivíduos, assim, a pobreza seria geradora de personalidades disruptivas. A sensação de o indivíduo se sentir numa posição secundária na sociedade, de possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, de porque além de serem pobres se sentirem maltratados, vistos como diferentes e inferiores, sem amigos, sem opção, faz com que a revolta cresça e desenvolva nesse indivíduo uma razão que se transforma em raiva, justificando uma forma de castigar à sociedade que não lhe dá oportunidades.

O Sol nasceu para todos, indistintamente. A sombra, não é definitivamente só para quem a merece. O sol sempre vai brilhar para aqueles que acreditarem que o amanhã será melhor que o dia de hoje.

Não ao bullying! Não à violência! Não à discriminação!

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã! (Música: Pais e Filhos – Legião Urbana).

 

Darliéte Martins

Darliete Martins
Darliete Geralda Araújo Martins, itabirana, professora e jornalista. Especialista em Gestão Pública, Saúde Pública, Direito Sanitário e Comunicação e Saúde, atualmente ocupa o cargo de comunicadora social na Prefeitura de Itabira. Trabalhou como assessora de Comunicação Social na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais na Gerência Regional de Saúde de Itabira, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade exerceu o cargo de Curadora de Atividades em Comunicação

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