E sofremos porque automaticamente esquecemos o que foi vivido e desfrutado, e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas: viagens, amores, filhos, por aventuras não compartilhadas, pelos beijos e abraços que nunca aconteceram.
Sofremos não só porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar, para desfrutar momentos agradáveis com a nossa família.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, e às vezes nós com ela, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias em seu colo quente, amoroso e confortável.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que muitas aventuras nos aconteçam, todos aqueles desejos com os quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar, por medo, por orgulho, por falta de tempo, por desinteresse, por descaso, por cansaço, por impedimentos alheios.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria agradecer por aquele que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais, se aventurando!
Mary Cholmondeley escreveu sobre isto “a cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade” “A dor é inevitável. O sofrimento é opcional” (Tim Hansel).
Mas o ponto é como você reage quando os acontecimentos fogem do que a sua mente imaginou, idealizou e fogem do controle?
Paciência, paciência, o exercício da paciência. a dor é inevitável. O sofrimento é opcional já dizia Tim Hansel.
Todo guerreira precisa aprender que a dor sempre estará presente em sua vida, pois sofremos acidentes, vivemos perdas, decepções. O que muda de uma pessoa para outra é a interpretação que se faz desses acontecimentos. O sofrimento é algo que aprendemos a sentir dentro de uma situação que contraria a nossa vontade, e isso acontece com todos.
A situação existe, mas sofrer dentro dela pode ser uma escolha nossa. Não existe situação desesperadora, porém, há pessoas que se desesperam diante de certa situação.
‘ Vai doer muito, não se engane, afinal, a dor é inevitável. Mas você se lembra do resto do ditado? Pois é, o sofrimento é opcional. Que tal usar isso como combustível para te ajudar a dar a volta por cima?‘
‘ Eu, no entanto, acho que a dor pode muito bem ser evitável, porque tem certas dores que só são inevitáveis se a gente permitir. É preciso discernimento, fazer juízo de valor, porque cada um possui uma visão diferente do que seria bom ou ruim acontecer em sua vida.
É preciso aceitar e entender a situação como um sinal do universo, como uma intuição, ter um olhar para dentro e decisão parar mudar a direção do barco.
Com a nossa dor emocional também podemos agir dessa maneira, temos que vivê-la sim, não podemos escondê-la, porque se assim fizermos ela volta mais tarde com mais força e ainda mais assustadora. Ao optar por viver esse sentimento, acolhendo-o, sem ficarmos revivendo o ruim e o doído, mais tarde e fortalecidos abriremos de novo o nosso coração para experimentar o belo, a luz, a verdade, a vida, e descobriremos que o sofrimento não é para sempre, ele é mesmo opcional.
É preciso saber a hora de nos despedirmos da dor para experimentar novos caminhos, no emprego, novos sabores, novos amigos, novos amores.
Jamais permaneça em uma relação, situação, trabalho ou um amor que te faça mal. A dor de virar a página e recomeçar também é inevitável, e não é porque você caiu que deve permanecer no chão.
Darliete Martins
05/06/2023