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Foto: Pedro Souza/Atlético

Os muitos anos no futebol me tornaram menos afoito para avaliar o trabalho de treinadores, jogadores e dirigentes. Até uns anos atrás, era porrada nos primeiros tropeços de qualquer um e sugestão para que “cabeças rolassem”. Observo a desconfiança e pancadaria no técnico do Atlético. Para mim, até agora, ele está indo muito bem. E enfrenta pressão menor do que o Cuca enfrentou no retorno dele ao Galo. Nos comentários aqui do blog, o Pedro Vitor Canela (a quem agradeço mais uma vez), enviou link de reportagem de O Tempo, de 21 de abril de 2021, quando grande parte da torcida e imprensa, pediam a demissão do Cuca:

“Galo: torcida pede saídas de Cuca, Réver, Allan e Guga do Atlético – Massa fica indignada após mais um jogo ruim na temporada e empate com o La Guaira na Venezuela”

https://www.otempo.com.br/mobile/superfc/atletico/galo-torcida-pede-saidas-de-cuca-rever-allan-e-guga-do-atletico-1.2475405?amp

E comentou: “Momento bem parecido com o atual, Momento, do Atlético, na temporada.

Enfim, o time campeão Mineiro, e da Super Copa dos campeões, praticamente líder do Brasileiro, e divide a liderança do seu grupo na Libertadores.”

***

Pegar um time que ganhou quase tudo na temporada anterior e mantê-lo vencendo, não é fácil. Ainda mais quando se tem um grupo de grandes jogadores, estrelas, onde o ego exacerbado às vezes complica tudo. Para aqueles que falam que “com este elenco, nem precisa de treinador”, lembro de incontáveis casos de outros, até com mais estrelas, que não deslancharam ou fracassaram. O Flamengo pós-Jorge Jesus, por exemplo, que ainda não engrenou, mesmo investindo alto nos sucessores do português.

Mohamed está testando tudo; escalando times diferentes, fazendo experiências táticas e o time ganhou a maioria dos jogos. Mas, dois empates, estão gerando uma tempestade, que entendo como exagerada.

Abel Braga é mais velho de idade e de atividade que o comandante do Atlético. Não aguentou a pressão e jogou a toalha no Fluminense. Diz que não pretende mais trabalhar em clubes brasileiros. Cada um sabe de si, mas um camarada realizado como ele, dentro e fora das quatro linhas, não deveria ficar se sujeitando a certas situações que o futebol impõe, numa idade dessas, 69 anos. Ainda mais sendo apreciador de bons vinhos, como ele.

Doeu muito a derrota do América, em casa, para o Tolima, não só para os americanos. Praticamente carimbou o fim do Coelho na Libertadores 2022. Mas também observo uma reação exagerada de muitos americanos, em relação à diretoria e até ao técnico Wagner Mancini. Ora, ora, não só a torcida do Coelho, mas todo o futebol mineiro precisa continuar é comemorando a chegada do clube a um patamar aonde ele nunca esteve em seus mais de 100 anos de história. Com torcida, dinheiro, patrocinadores e presença na mídia infinitamente menores que o Cruzeiro, por exemplo, vejam como e aonde o Coelho e a Raposa estão.

Todos precisam remar para frente, para que não haja nenhum retrocesso, principalmente na disputa da Série A do Brasileiro. Erros acontecem. Para mim, o maior erro da diretoria foi na contratação do Marquinhos Santos, que não estava à altura do América. Mas, passou, e entendo que foi corrigido com o retorno do Mancini. Agora é bola pra frente, evitar as últimas posições do Brasileiro e brigar novamente por vaga na Libertadores 2023.

Gostei de dois comentários sobre a situação americana: do jornalista, americano, deputado estadual, Rafael Martins e do cruzeirense Alisson Sol, que mora nos Estados Unidos:

@rafaelmartinstv

“Apesar de decepção de ontem, o @AmericaMG vive o melhor tempo em sua história centenária.”

O Rafael postou esta imagem do gabinete dele, onde aparece também a foto de outra paixão que ele tem na vida, o filho Vicente. E antes, ele tinha twittado um desabafo bem humorado, para aqueles que o chamaram de “pé frio”.

“Um monte de gente me dizendo que a minha presença no Indepa tá pesando o

@AmericaMG. Vou experimentar não ir no sábado. Rsrs.. A ver…”

Respondi a ele: @chicomaiablog: Que bobagem, @rafaelmartinstv! Essa história de fulano “pé frio”, é justificativa de dirigentes e técnicos para tentar se esquivar de incompetências próprias. E muito torcedor cabeça cozida embarca.

O Alisson Sol escreveu:

“Acho que torcida não ganha jogo. Aliás, se for muito cheia de picuinha, atrapalha o time. E o América-MG tem de fazer uma boa análise da experiência da Libertadores e evitar achar que o mundo acabou. O time esteve bem perto de não se classificar para a fase de grupos. O que aprendeu daquilo?

E as trocas de técnico no Brasil continuam. Você raramente vê times na Inglaterra com técnicos tendo menos de 1 ano para fazer seu trabalho. Agora mesmo, o Liverpool renova com o técnico até 2026. O Fluminense já demitiu o Abel Braga. Novo técnico. Novos assessores. Novos jogadores indicados pelos empresários bem conectados. E assim os times brasileiros seguem acumulando dívidas…”

Chico Maia
Jornalista, https://blog.chicomaia.com.br. Ex-jornais Hoje em Dia, Super Notícia, O Tempo; Rádios Capital, Alvorada FM e Inconfidência. Fundador do Jornal Sete Dias.

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