Gustavo Pimenta e Marco Antônio Lage são presidente da Vale e prefeito de Itabira, respectivamente. Ambos encontraram-se ontem (26/11/2024), em Itabira, nas instalações da mineradora. Ao encontro, mais rápido que o toque de um beija-flor, compareceram ainda o presidente do Sindicato Metabase e os conselheiros da Vale, André Viana Madeira e Daniel Stieler, além do gerente-geral das minas de Itabira, Daniel Daher.
Pelo que conseguimos apurar, o aparecimento do novo presidente da Vale em Itabira foi um ato sorrateiro, imprevisto, atribuído a André Viana, que tomou a iniciativa de apresentar o CEO da Vale ao chefe do Poder Executivo de Itabira.
REIVINDICAÇÕES
O itabirano que se interessou ou procurou se inteirar de algum detalhe da ocorrência, teve informações, pelo prefeito, sobre o programa “Itabira Sustentável”. A iniciativa é da prefeitura de Itabira, que conta com o apoio da empresa Vale e diz “buscar a preparação da cidade para o futuro”.
André Viana, hoje apontado como um grande líder à frente de Itabira, reivindicou para o município uma fábrica de briquetes — biocombustível sólido, também conhecido como “lenha ecológica” ou “minério verde” —, que é feito a partir da compactação de resíduos de origem vegetal. Não confundir com usina de pelotização, caminho pelo qual Itabira tentou ser beneficiada dezenas de vezes e não conseguiu transformar em realidade no decorrer do tempo octogenário da empresa.
O prefeito aproveitou bem a sua apresentação ao cobrar a solução da água via Rio Tanque. É muito provável que a primeira enxadada para colocação de manilhas demore mais alguns anos, já que a façanha foi negligenciada durante duas décadas e tanto.
PRESENTES
Teve acesso ao encontro apenas a Comunicação de Imprensa da prefeitura, que distribuiu releases.
O prefeito Marco Antônio Lage falou também da duplicação das rodovias MG-434 e MG-129, continuidade das atividades da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) no município, paralisadas há quatro anos pela própria prefeitura.
AUSENTES
Não estiveram presentes representantes da sociedade civil organizada de Itabira, ou não foram convidados, como: representantes da OAB, Acita, CDL, Interassociação de Amigos de Bairros e outras entidades.
PROCURAM-SE VIVOS E MORTOS
Amar Itabira está cada vez mais difícil. Em décadas passadas houve na cidade um movimento no estilo “Eu amo Itabira”, que acabou sendo interrompido por alterações em ideias de políticos na cidade.
Por isso o amor deveria voltar ao ar. Para entrosamento, os vivos são em número reduzido, ou talvez somente quem organizou o encontro improvisado, André Viana Madeira.
O prefeito Lage precisa abrir-se mais sobre a tal falada “sustentabilidade” itabirana, já que até agora estamos em trevas. Curiosidade à parte, quem provar que ama Itabira, enfrentando reuniões, manifestações, votando contra os malefícios dos malditos invasores, esse se livrarão de uma praga de nunca mais será apagada pelas novas gerações.
Quanto aos mortos, esses já fizeram a sua parte, temos apenas de agradecer a eles. Os que transitam no meio da cidadania e não definem seu perfil, recebem desde já o epíteto de mortos-vivos. Itabira não tem meio termo: ou é eterna e promissora ou vai para as classes das “cidades-fantasma”. Os culpados para a forca do sentimento itabirano.
José Sana (ZNQ)
(27/11/2024)
Fotos: PMI