Grande jornalista e meu amigo Orlando Augusto, postou esta foto no twitter dele, com a pergunta: @orlandoaugusto2 “É justo isso? Dê sua opinião por favor”
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A minha opinião: claro que é, caro Orlando. Ronaldo adquiriu o futebol do Cruzeiro visando negócios, lucro, aumentar a fortuna dele. E fechou acordo com o então presidente Sérgio Santos Rodrigues em tempo recorde, num mistério danado, quando a lei da SAF mal tinha saído do forno em Brasília.
Claro que a torcida se empolgou no primeiro momento. Um ídolo do clube, grande nome do futebol mundial, bem relacionado, rico e etecetera e tal. Os cruzeirenses pensaram que dinheiro iria jorrar, grandes aquisições seriam feitas e o clube voltaria à prateleira de cima do futebol nacional.
Tomou medidas duras, que tinha que tomar, mandou para Belo Horizonte pessoas da confiança dele para tomar conta da Raposa e as coisas começaram a funcionar bem. Ganhou a Série B com um pés nas costas, depois de três longos anos de impotência da diretoria anterior.
Aí chegou a hora do “vamos ver”, montar um bom time para o retorno triunfal à Série A. E o que se viu até agora? Desmanche completo do time campeão da Série B, com a saída inclusive de jogadores importantíssimos como o zaueiro, capitão Eduardo Brock e o artilheiro Edu. Contratou “oportunidades” de mercado, como Nikão e Gilberto, de glórias passadas em outros clubes, porém, que ainda não justificaram a que vieram.
Não conseguiu vencer até hoje nenhum time da Série A. Na raça, empatou com o Atlético, mas perdeu com incrível facilidade os dois jogos da semifinal contra o América.
Ora, ora, isso é Cruzeiro, caro Orlando Augusto! Ronaldo tem feito mil promessas desde que assumiu a SAF, mas até agora, só palavras ao vento, e o óbvio temor dos torcedores de uma campanha pífia no Brasileiro que está chegando. Quer o quê? Aqueles aplausos dos tempos em que ele balançava com fartura as redes adversárias, nos idos do início dos anos 1990? Depois daquilo ele rodou a Europa e o mundo, ficou famoso, ficou milionário e neste tempo, nunca nem citou o Cruzeiro ou Belo Horizonte como seu berço, ou seu trampolin para o sucesso fenomenal que teve. Muito pelo contrário.
Aí, retorna às nossas montanhas, faz um negócio da China, não enfia a mão no bolso e nem usa o seu prestígio pessoal para montar time e reclama de vaias e xingamentos. Hoje ele é mais um dirigente e empresário do futebol brasileiro em busca de bons negócios e a realidade e essa.
Falou com o Zidane e vive falando nas redes sociais dele que se ele não comprasse, o Cruzeiro “ia acabar”. Uma grande mentira que não teve a contestação de ninguém da imprensa dita cruzeirense, que sabe que isso é uma balela. O Cruzeiro vivia e vive mais uma crise administrativa/financeira como a da maioria dos grandes clubes brasileiros. Tanto, que depois de por para fora o presidente Wagner Pires de Sá e cia., houve uma disputa eleitoral entre o Sérgio Rodrigues e o Ronaldo Granata, no dia 21 de maio de 2020.
Eleito, o novo presidente disse em entrevista: “É indescritível, é um grito guardado na garganta há três anos. O torcedor pode ter certeza que eu saí da mesma arquibancada que eles, eu sempre estive em campo também, com pai conselheiro do Cruzeiro. Representar vocês é algo fora do comum, então não tenha dúvida que com muita garra e ainda mais determinado para a gente poder sair dessa situação difícil. A gente precisa de paz, a gente precisa que a torcida nos abrace e acredite no nosso projeto para que o clube suba para a Série A no ano que vem e a gente tenha um belo centenário”.
Fez um mandato ruim e tirou Ronaldo da cartola.
Mas, Ronaldo é empresário, dono de um clube em Belo Horizonte e outro em Valladolid, na Espanha. Já teve um também nos Estados Unidos. Se der lucro, ótimo, se não der, bola pra frente, ou passa pra frente. Afinal, nem morar em Minas Gerais ele mora.
Aliás, a torcida só tem chance de manifestar a insatifação dela, diretamente a ele, nas raras vezes em que ele estiver no estádio, como no jogo contra o América, quando ele ouviu: “Ei, Ronaldo, vai tomar no c…”.
Que o empresário Ronaldo cumpra as promessas de montar um time competitivo ou aguente ouvir ou ler xingamentos, pois isso é o futebol e ele é dono é do Cruzeiro.