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E sempre pensei em ser um tipo conselheiro, nunca fui convidado  sequer para ocupar o cargo de faxineiro do famoso terceiro andar. Mas depois de tanto tempo convivendo com esse pessoal, passei a entender de como fazer um governo de paz, harmonia com outros poderes e com o povo, governando o município e não pessoas (essas têm o livre arbítrio e não sou um ditador). E continuo indesejável ao poder. Nem por um dia serei prefeito de Itabira. Palavra de honra.

Se eu fosse prefeito de Itabira em primeiro lugar implantaria o Plano Funil (nem um pouco parecido com o tal Orçamento Participativo). Toda semana discutiria com cada bairro, reforçado por entidades de moradores, sindicatos, conselhos regionais, enfim, a sociedade civil organizada. Não seria necessário rebocar multidão para comparecer às reuniões, a decisão de tornar o povo detentor do poder seria automática. Não sabem fazer isso? Por que não fazem?

Se eu fosse prefeito de Itabira teria uma agenda para os vereadores, promoveria reuniões com todos os representantes do povo, nunca faria isto: buscar aprovação de projetos em atas, nem buscaria enfiar as licitações em cidades distantes, tais como no “Cafundeu do Judas”. Não adularia o povo nem com cafezinhos, mas daria um atendimento nota mil e estabeleceria um plano de prioridade. Sempre falta isso no governante: o que é urgente? Principalmente quando tem muito dinheiro na mão e não sabe usá-lo.

Se eu fosse prefeito de Itabira os encontros com a comunidade seriam como fizemos nos anos 1977 a 1982, aplicando o modo PF de governar. As decisões sobre despesas, demissões, contratações, compras, obras etc. seriam feitas com a aprovação dos participantes. Ofereceria a cada vereador um espaço de liderança. Assim como meu governo não teria nenhum partido político discriminado, levaríamos sempre ao conhecimento de todos que Itabira constitui uma questão sui generis. Relembrem várias chamadas de atenção. A própria Vale já anunciou que seria preciso trabalhar desde o seu início para evitar a formação de um “Bolsão de Pobreza”, situação fácil de ser detectada no início da mineração.

Se eu fosse prefeito de Itabira não brigaria com a Câmara Municipal em hipótese alguma, seria o prefeito mais humilde do Brasil, pronto para tolerar até tapas na cara, cusparadas, a ponto de mostrar ao povo estar, realmente, pronto para salvar a cidade. Qualquer candidato hoje precisaria avançar assim, afastar vaidades, provar honestidade, humildade (repito), ser amigo de todos, porque o que pode acontecer em termos de esvaziamento econômico não se compara a alguma ocorrência no Brasil. Note-se que o Ciclo do Ouro, em Minas Gerais foi um espécie de “fichinha” diante dos fatos que hoje nos ameaçam.

Se eu fosse prefeito de Itabira autorizaria qualquer cidadão, colocado diante de mim numa reunião do PF a chamar-me de “ladrão” caso não explicasse convictamente fatos ocorridos, como suspeitas comentadas e, por conta de dúvidas, não ter uma explicação. Eu teria um tempo fixado, todos seriam membros do tribunal que criaria para nos nosso “fim dos tempos”.

Se eu fosse prefeito de Itabira grande parte dos itabiranos me defenderia diante de alguma eventual acusação que existisse, pois o que estaria ocorrendo no governo seria tudo o que mereceria  discussão no momento certo, colocado em evidência e aprovado pela sociedade civil organizada e acima de tudo liderada por conselheiros (vereadores), secretários etc. Minha verba orçamentária para marketing não seria exageradamente alta, seria discutida pelos próprios donos da cidade.

Enfim, desafiaria a quem quer que seja sobre o melhor caminho a seguir. O porquê seria isto o que já foi dito: Itabira é diferente de tudo, apenas na Alemanha já ocorreu a perda intempestiva de riqueza, recentemente. Itabira está vivendo como se sua riqueza fosse eterna, raro o cidadão que imagina de verdade o que seja como a própria velha CVRD já pensava de nós quando aqui se instalou. E estamos de bobeira, sonhando como se estivéssemos sido hipnotizados.

Que Deus nos ajude, que sejamos unidos, que não tenhamos cara de preguiça e que saibamos entender o que é correto ou não. O momento é grave e chega de fazer festa antes de vitórias.

Salvo melhor juízo.

José Sana
30/07/2023
Fotos: Arquivo
Imagens: redes sociais

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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