O evento é promovido pela Interassociação e se chama 30° Congresso da Interassociação de Amigos de Bairros de Itabira. O último realizou-se no domingo, 27 de julho. (ontem). Importante: trata de temas comunitários há 30 anos e os estatutos proíbem veementemente política e politicagens em sua pauta de discussões e decisões. Mas algo ocorreu de chamar a atenção, segundo matéria de capa do jornal Diário de Itabira com a manchete: “Política de Itabira é campeã nacional de mentiras”, diz Marco.
VERDADES DE MARCO ANTÔNIO LAGE
O prefeito de Itabira, já no segundo mandato, não fez sequer uma descrição das mentiras que os políticos itabiranos estariam proferindo, mas deixou bem claro que ele não é mentiroso, como dizem nas redes sociais, botecos, salões de beleza, esquinas e velórios. Sua grande verdade, no entanto, surgiu claramente quando fez uma ofensa às normas da Interassociação, que tem a função, além de coordenar as associações comunitárias, zelar pelo cumprimento de seus estatutos. Comunidade é comunidade. Mas, fazer o quê? Falou, falou!
Disse ele, segundo o Diário de Itabira, no início de seu discurso, o seguinte: “Quanto mais enfraquecer o governo, este prefeito já abre espaço na sociedade, principalmente com manobras e com mentiras”. (Dúbia interpretação para este pobre ex-jornalista e escritor da liberdade: não entendi como se abre espaço com ardis ou com balelas. Fica a critério de quem queira esclarecer.

Capa do jornal Diário de Itabira de hoje, 28 de julho de 2025
E ele seguiu nas suas verdades: “Eu nunca vi tanta mentira assim na política” (Nem eu, principalmente para os faladores ou narradores de sentimentos). E a notável manchete que parece aquele jogo de dublê na sinuca, bate e volta: “Acho que a política de Itabira é campeã nacional de mentiras propagadas nas redes sociais, mas de fato isso que acontece”, bradou o prefeito naquele ambiente estritamente comunitário.
CONCLUSÕES PARA FICAR SÓ NAS VERDADES
De fato o prefeito Marco Antônio Lage transgrediu os estatutos da Interassociação de Amigos de Bairros de Itabira e o presidente do encontro, ou congresso e da entidade, talvez tenha ficado constrangido em chamar a atenção do chefe do executivo.
Quem sabe a proibição de politicagem na entidade fora revogada entre os anos que separam o meu tempo de vereador e hoje? Neste caso, quem se obrigaria a desculpar-se seria eu. Até adianto que não quero ver a caveira de ninguém, muito menos a de Itabira, para a qual o falatório, além de ser uma forma de se aderir ao axioma “quem fala muita, além de dar bom dia a cavalo”, só contribui para dificultar.

Funcionários públicos invadem a Câmara para defender direitos adquiridos que o prefeito quer cortar (Foto Francisco Carlos)
Referindo-se aos verbos hoje focalizados pela rádio ZAP, ou dando o meu livre palpite, na gramática o verbo ‘falar’ geralmente se refere à ação de expressar-se verbalmente, enquanto ‘fazer’ pode ter diversos significados, incluindo a criação, execução ou realização que deveria interessar-se mais aos chefes de executivo. Ou usam a frase prática da picaretagem e aí concretizam-se como seres desrespeitosos e abusivos: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.”
José Sana
Em 28-07-2025
Foto: Francisco Carlos