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 ZANA NAS ALTURAS … E PAZ A QUEM ACREDITA NO MUNDO

 HOSANA  NAS  ALTURAS

  “Hosana nas Alturas” é um termo extraído do latim e do hebraico. Significa “Salva-nos, te imploramos”, ou “te imploro”. Agora, esclarece o exato sentido de que o ser humano ainda nutre dentro de si sentimentos puros de bondade, amor e solidariedade. Com a expressão, quero evidenciar que uma mãe de quatro filhos e mais, Rosana Rodrigues dos Santos, conhecida como Zana, que mora no Bairro Santa Ruth, em Itabira, torna-se, por via do destino, alvo de três meninas que se situam na faixa etária inacreditável dos nove anos. Diga-se: mãe de quatro filhos e mais duas famílias dela.

“VÔ CORUJA” NÃO ENTRA AQUI

 

Numerosa família de Zana, que mora no Bairro Santa Ruth não tinha casa para morar

Numerosa família de Zana, que mora no Bairro Santa Ruth não tinha casa para morar. Foto: Notícia Seca

Discorrer sobre família, especialmente a nossa, é algo que envolve, à primeira vista, parcialidade. Ação de pai ou avô “coruja”. Para ter crédito naquilo que defendemos, como tese ou método de vida, precisamos provar o que deixamos estampado, escrito ou falado. Nestas palavras, sou obrigado a enobrecer as figuras de duas netinhas, primas entre si — Elis e Laís por questão de justiça e o leitor vai concordar. A primeira filha de Clarissa e André, a segunda de Elen e Érico. Como suporte para melhorar a credibilidade, a outra, que compõe o que chamo de “Trio Esperança”, entra Isabela, ou Belinha, filha de  Jussandra e Ânderson, esta netinha de Carmem Lúcia Jordão.

A VIDA VAI MESMO MELHORAR

Pois bem. Por vício de idade, ou de trajetória na vida, já que faço parte de quatro gerações, vivo a comparar o hoje com o ontem. E dedico-me  a ler, ouvir, escrever e falar que o mundo só piora. Ganho um notável puxão de orelhas quando sou obrigado, como agora, a imaginar que a vida ainda pode ser melhorada, tem algo bom guardado para decidir a vitória do bem sobre o mal. Aliás, Nostradamus, no século XV, já previu que teremos mil anos de paz, felicidade, alegrias, aqui mesmo no Planeta Terra. As três — Elis, Laís e Isabela — emitem imaginária mas verdadeiramente um atestado do profeta e médico francês, vivente do período renascentista. Também o Apocalipse de São João anuncia grandes acontecimentos se aflorando por nossos lados, graças a Deus.

TRIO ESPERANÇA

As meninas Elis, Belinha e Laís abriram um bazar para arrecadar recursos para construção de uma casa da família

As meninas heroicas: Elis, Isabela e Laís lançaram a ideia, começaram com o bazar, atraíram apoio e construíram a casa de Zana. Foto: Notícia Seca

 Antes de dizer o que fez o Trio Esperança, vamos a Rosana, ou melhor, Zana. Ela é diarista que atende nas casas do bairro em que moram Elis e Isabela. Vive entre uma enorme prole de não sei quantos Rodrigues dos Santos. A casa não comporta filhos e sobrinhos. Zana é a rainha do lar, se virando para dar sustento aos descendentes. Neste frio, tudo bem, dá para se embolar, enrolar, misturar. Mas, e no calor?

“VAMOS CONSTRUIR UMA CASA?”

As meninas convivem com Zana. Sem alguém perceber, decidem entre si construir uma casa e selaram compromisso. E confirmaram que na casa se abrigará a numerosa família. Não tomam conhecimento das barreiras, dificuldades, do duro caminho que as condições normais impõem e que surgem fortes nos tempos de hoje.  Só sabem que no terreno da família de Zana cabe mais uma residência. Criam, como se fossem empreendedoras (que saiba disso o Sebrae) o Bazar da Zana e juntam objetos usados ou não para que, vendidos, rendam dinheiro necessário para se construir a sonhada casa.  Com certeza, elas pensam que se um camelô, ou ambulante de porta a porta, mercadeja canetas, óculos, lenços e água mineral e junta gente para ver, elas também venderiam a ideia, ou fariam tudo sozinhas, juntando multidões e, por trás, os recursos financeiros.

HOMENS E AS “MULHERES DE FERRO”

Seus pais imediatamente perceberam a grandeza do inigualável sentimento. E  aderiram. E passaram a juntar, vender também. E engajaram-se de corpo e alma. Quer dizer, elas lideraram os pais, os avós, os tios, os primos, os amigos, a redondeza inteira, logo a cidade vai se aglomerando num só sentimento. O bazar está funcionando agora permanentemente; outras promoções foram lançadas e serão realizadas, como um encontro denominado “Mulheres de Ferro de Itabira”, festas de aniversário, enfim, está formado o mutirão de ouro das meninas de ouro.

O TRIO QUE REMOVE MONTANHAS

Ergue-se uma afeição unânime nascida da pureza do Trio Esperança. É como derrubar uma montanha, mas as três pensam que fazer uma casa é facílimo. A carruagem está andando e dobra e supera as curvas das lamentações e objeções. Quem sabe da iniciativa não só apoia, como participa e até chora, derrama lágrimas arrancadas da real felicidade só de ouvir contar como, porquê, de quê, onde, quando, de que forma surgiu este vislumbre nítido que clareia o túnel do mundo.

BAZARES E  MILAGRES

O bazar funcionou em cada semana num lugar e mostrou outras opções de ajuda: dezenas de amigos aderiram e os recursos foram chegando.

O bazar funcionou em cada semana num lugar e mostrou outras opções de ajuda: dezenas de amigos aderiram e os recursos foram chegando. Foto: Notícia Seca

 Não vou dizer mais nada. Chega! Sou suspeitíssimo ao extremo. Nem derramando tempestades de prantos deixaria de me emocionar com o gesto das netinhas e com elas, de Isabela, neta de uma grande amiga, Carmen Lúcia, que conheço faz tempos. Mas quero deixar bem claro, muito claro, nítido e cristalino: Elis, Laís e Isabela merecem uma resposta de adolescentes, jovens, adultos e idosos. A resposta: que se construa a casa de Zana. E que seja mesmo com rifas, bazares, milagres, doações em aniversários. Seja como for, mas a casa de Zana vai se erguer.

GERAÇÃO QUE MUDA O PLANETA

As meninas heroicas: Elis, Isabela e Laís lançaram a ideia, começaram com o bazar, atraíram apoio e construíram a casa de Zana

As meninas heroicas: Elis, Isabela e Laís lançaram a ideia, começaram com o bazar, atraíram apoio e construíram a casa de Zana. Foto: Notícia Seca

Elas apontam para a estrada da solidariedade que não busca compensação, e é anúncio incontestável de que uma nova vida vai acontecer aqui mesmo, no Planeta Terra, habitado por todos nós.

Hosana nas Alturas e paz na Terra às crianças de boa vontade! Amém!

José Sana

Crônica escrita e publicada em 12/07/2019

A CASA DE  ZANA FICOU PRONTA

Pronta e entregue à numerosa família, a casa de Zana arranca sorrisos e lágrimas de emoção de quem apoiou, acompanhou e participou desta grande história de uma grande lição de crianças ao mundo

Pronta e entregue à numerosa família, a casa de Zana arranca sorrisos e lágrimas de emoção de quem apoiou, acompanhou e participou desta grande história de uma grande lição de crianças ao mundo. Foto: Notícia Seca

 Como veem, o texto acima é de 2019 (confiram a data), publicado no nosso blog. Hoje (04/03/2021), acordei-me vendo fotos e vídeos da casa de Zana, prontinha e habitada.

Não tenho absolutamente nenhuma vergonha em dizer que chorei copiosamente ao constatar que a obra está concluída, trabalho da iniciativa de três meninas que hoje têm menos de 11 anos. Elas tiveram a ideia, começaram o trabalho, motivaram adultos e centenas de pessoas a participarem.

E entregaram a casa não somente a Zana e  família numerosa, mas a nós também, que acreditamos nelas e ao futuro, de que muitos duvidam. Mini-heroínas só, não! Super-valentes! Exemplos para todos e sinal de que o amor existe naturalmente, sem forçar e sem forjar.

Não é, Elis? Não é, Isabela? Não é, Laís? Beijos de uma comunidade inteira para vocês.

José Sana

(04/03/2021)

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