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Repetindo a repetição numa pergunta: ‘A história se repete?’ Resposta: as cópias mostram-se como fieis. O general do Primeiro e Segundo Triunvirato que governou Roma como República chamava-se Marco Antônio, ou simplesmente, Antônio. Ele participou da transformação em Império e até as ideias já não eram de Aliança, mas Ipoema, primitivamente a “ave que canta”.

Enquanto isso, o povo, padecendo na tapeação e sem futuro (gente, a Vale arruma as malas para partir), os ricos, espatifam-se em gastanças sem medida, os medianos ficam na porta dos botecos como um Tutu Caramujo.

 

INÍCIO DO FIM

 

Quem  participou do chute ao Triunvirato será queimado no fogo do inferno e eu, apesar de arrependido, torno-me forte candidato a ser experimentado no fogo da inquisição itabirana.

“Dane-se”, como quis dizer textualmente meu amigo João Mário de Brito para quem quis ouvir. O importante é que alguém, fugido de dentro da fartura romana, trouxe-me de mãos beijadas, todos os detalhes do pulo do gato, um planejamento próprio para tornar o pesadelo de Caramujo uma verdade sem retoques.

 

Em 2021 começou o  malfeito, enquanto me mostravam a cara inicial do Império Romano do Ocidente e seu lento suicídio, exatamente pelo motivo claro que por aqui  já  perceberam, a gastança exagerada, a queima de  grana a torto e direito.

 

PANEM ET CIRCENSES

 

A política do Pão e Circo era  consubstanciada em Roma, no apaziguamento da população, na sua maioria da plebe. O segredo ficou resolvido: à medida que vai chegando  a decisão eleitoral, repetem-se  festinhas, festas e festanças, eventos esportivos e artísticos e subsídios de alimentos, com a distribuição de pão e trigo.

Então, Itabira, com o seu Antônio, também conhecido como sofista (aproveitava as folgas e vendia palavrórios infiltrando-se ilegalmente no Ágora), fez o melhor negócio da vida, casando-se com Cleópatra, rainha do Egito. Com ela deteve o mando sobre dois mundos poderosos, Egito e Roma. A cópia veio integralmente egípcia, sociedade profundamente marcada pela organização politeísta.  O cara de pau entra em qualquer templo, beija qualquer santo, ajoelha, carrega andor e comunga.

 

O foco dos poderosos romanos era manterem-se no auge do esbanjamento. Em Itabira os plebeus  são arrastados pelos medianos, só os olhos abertos enxergam vindo em nossa direção o “bolsão de miséria”.

 

Dos R$ 4 bilhões já queimados em menos de quatro anos, incluindo pracinhas, pequenos serviços de pintura de ruas, reasfaltamento (modalidade inventada no império, a cópia durou até quando o rei Odoacro liderou os hérulos, que invadiram Roma em 476 d.C. e destituíram o último imperador romano. Aí, desconfia-se que o grupão de forasteiros, mude a tática do pão e circo. Mas será tarde demais.

 

Para fechar com chave de ouro o espetáculo do Império Itabirano ou Ipoemense, foi inventado o Coliseu de Itabira: é a famosa praça redonda, ou Acrísio de Alvarenga. Está toda fechada e será reaberta com eventos de teatro ao ar livre, corridas de cavalo e os jogos infames de gladiadores.

 

O Circo Máximo, localizado no vale entre as colinas Palatina e Aventina, é o mais antigo e mais espaçoso para o público. Em Itabira já foi inaugurado no Bairro Campestre.

Assim, a história se repete, sim, de forma atordoada, apressada, porque a esta altura do campeonato o mundo já terá sido encerrado. O apocalipse itabirano ocorre muito antes de surgir o de São João e as previsões de Nostradamus.

 

José Sana (ou Zé do Burro)

06/07/2042

 

Fotos: José Sana e Redes Sociais

 

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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