Caro leitor vários caminhos podem levar a um mesmo destino, mas percorrendo exatamente o mesmo caminho você não chegará a um novo destino. Na política não difere, novos agentes públicos, se renderem a velhos costumes poderão ser mais do mesmo, e frustrar toda a expectativa criada pelo eleitor ao colocar sangue novo no velho jogo político. E essa partida está rolando há muito tempo e várias regras não cabem mais em tempos pós modernos.
Um exemplo destes descaminhos é o regimento da Câmara Municipal de Itabira que data dos anos 90 e apesar de sofrer modificações pontuais ao longo do tempo possui uma série de itens que nos fazem pensar em quais devem ser as prioridades do poder público.
Primeiro vamos chegar a um consenso que prioridade é a condição de que algo necessita ocorrer de maneira imediata, preferencial ou emergencial; ok? Isto posto um fato me chama a atenção: há mais de um mês, desde o dia 09/06/2022 na então décima nona reunião ordinária da câmara local, permeia às terças na reunião dos vereadores, sendo votadas honrarias das mais variadas, cidadania honorária, medalhas de minério, medalha Carlos Drummond de Andrade, honra ao mérito, moção de aplausos, enfim, até me perco nos adjetivos.
É expresso o excesso de tempo dispendido a um assunto que reconheço, sendo válido, (apesar de ver muitas destas homenagens como forma de politicagem), temos sim, que dar reconhecimento aos que de alguma forma realizam ações relevantes para Itabira. Mas que seja célere, rápido, rapidíssimo, que não se arraste por dias e mais dias, tomando tempo precioso dos vereadores e da população que acompanha os trabalhos dos parlamentares e espera que tais assuntos secundários não sejam tratados como prioridade.
Enquanto isso há problemas que se amontoam cidade afora, causas nobres que clamam para serem abraçadas pelos vereadores. Situações que pedem para receber atenção das autoridades, que deixem de ser preocupação para ser de fato prioridade.
A cada segundo a mais gasto com honrarias é um segundo a menos para discutir problemas que afetam de fato nossa vida como a violência que mata os nossos, (veja pesquisa sobre o tema), o meio ambiente degradado com a poeira invadindo nossas casas, o ônibus que não passa e quando se atreve a passar vem tão cheio que nem para, nosso transito caótico, nossa dependência mineralógica, a CPI da Itaurb, o excesso de cargos comissionados, a falta de remédios, a falta de médicos, a sobra de buracos nas ruas…, etc., etc., etc.
Temas que precisam ser debatidos, não esquecidos e até solucionados, por isso seria muito bom algum parlamentar tomar as rédeas do caso e dar um basta, propor uma mudança para que o assunto das homenagens percorra um novo caminho, não fique mais um mês em pauta.
Torçamos que um nobre edil se levante e marque um gol de placa com os eleitores e seja um agente de mudança do sistema.