Filho meu,
Um dia, pequenino, ajudei-te a dar teu primeiro passinho para alcançar a liberdade que toda criança deseja quando começa a engatinhar, para depois andar. Outros sonhos vieram e sempre que pude, dentro das limitações de uma mãe que também é humana, ajudei-te a conquistá-los e vibrei com tuas alegrias.
Quando adolescente ainda, sonhaste mais alto, quiseste alcançar outros horizontes, ter asas como um pássaro e conquistar o teu espaço. Dei-te também um empurrãozinho, apoiei-te, apesar das dificuldades que encontrei. E lá se foi o meu filhinho, pedaço de mim, um ser do meu sonho e da minha esperança. Não quis nunca me tornar um empecilho ao teu sucesso, à tua liberdade. Nunca me permiti ser uma mãe possessiva e sempre procurei reconhecer que apesar de tudo, tu não me pertences. Fui apenas um instrumento de Deus para gerar-te. Tu bem sabes que sempre pudeste contar comigo.
Hoje, alcançaste teu próprio universo e não mais precisas de mim. És um homem de bem, aos poucos te realizando e conquistando teus ideais. Como eu me orgulho de ti!
Cresceste, portanto, sob a presença de meu estímulo ansioso, incontido, impelindo-o a dar um salto sempre adiante. Não poderia deter-te para não te tornares cárcere do meu coração. Desafiando tempestades, navegando à deriva, na ânsia sôfrega de aliar-me à tua embarcação, dou-me conta que há muito, desvencilhaste das minhas entranhas como rebento de tua semente. Entendo então, que és capaz de alçar voo sozinho e que nenhum sentimento é maior do que a minha felicidade e a gratidão ao nosso Deus. E nessa alegria buscando a sabedoria divina estampada na bíblia, estendendo serenamente meu tapete no chão, assento-me realizada.
E quando precisares, meu filho, vem aqui e senta-te comigo.
Com carinho,
Tua mãe.
Maria Flor de Maio Ferreira Muzzi
Uma declaração de amor e gratidão!
Obrigado pela autora do texto.