Como se não bastasse a luta em vão contra as mineradoras que em nome do progresso, devastam nosso patrimônio histórico, cultural, religioso e paisagístico, estamos diante do impasse sobre a cobrança do pedágio para a visitação ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, hoje designada a menor Basílica do mundo. Participar de um ato religioso, se encantar com as maravilhas da natureza, agora tem um preço.
Como cristã que sou, sempre busquei a paz daquele Santuário não só dentro das paredes da Ermida, mas sobretudo a paz contemplada diante daquela visão encantadora e misteriosa da majestosa “Serra da Piedade”. Subindo àquela montanha tenho uma sensação mais elevada de energia misturando-me às grandes obras do Criador. Reconhecendo-me uma centelha da Luz Divina, sinto-me parte do Seu mistério, do Seu amor e da Sua paz que me envolve e me faz vivenciar tudo como um só. Os pássaros bailando em bandos ou sozinhos pelos arbustos floridos, ao som melodioso do vento são um presente de Deus para nós.
Naturalmente que minha fé e princípios cristãos não se perderam por causa da cobrança. O que me vem à mente é que os valores que me foram passados por meus pais e meus mestres, (afinal, sou da geração do século passado), hoje são esquecidos. Até o nosso Deus que nos criou é trocado por outros deuses da ganância, da vaidade, da luxúria e outros mais em nome do progresso.
Ah, Caeté! Não deixe de clamar. Ah, povo peregrino de Deus! Junte-se a nós em um só clamor por piedade à nossa Serra da Piedade, que abriga em seu topo a Padroeira de Minas.
Deus nos ouvirá!