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Ele não queria. mas quando viu tava num palanque. Ele apenas dizia: – Gente. Meu número é 35950. E meu nome é Zébão. E Abria um sorriso branco que até parecia luz de led. Pronto! O povo já aplaudia. Ele era apaixonado por uma menina chamada Maria, só que outra menina de nome Jennifer chegou na frente. Ela não era má pessoa. Só era um pouco desprovida de cérebro. Com o tempo engordou bastante. Mas Zebão não ligava. Ele honrava o nome.

Era bom sujeito. É preciso contar que antes de ser vereador, foi sacristão, servente de pedreiro, vendia pão numa bicicleta, trabalhou no censo, serviu o exército, tocou tarol na banda de música, foi goleiro do time da cidade, jogava voley muito bem, sempre de forma elegante e desportiva.

Formou-se como assistente social. Realizou um trabalho tão marcante, que os políticos viram nele potencial para ser vereador. E foi de lavada. Só deu Zébão 35950. Como vereador, ele optou por trabalhar pelos pobres. Defendeu as causas dos idosos, dos desempregados, dos moradores de rua, das mulheres, dos respeito ao ser humano, da segurança humanizada, do esporte, lazer e cultura.

E tudo ia bem, até que certo dia um pretendente a prefeito quase infartou ao receber uma pesquisa de opinião. Tava dando ZEBÃO com mais de 40%. Ele já sabia que o moço era popular, mas não imaginava que era tanto. Ai aconteceu outra coisa. O pessoal do partido do Zebão também tinha pesquisa. E ficaram alucinados quando perceberam que tinham uma jóia na mão, o candidato ideal pra faturar a prefeitura. Chamaram Zebão num canto e mostraram a pesquisa. Zebão, muito simplório, já disse que tava satisfeito como vereador e preferia tentar a reeleição pra concluir alguns projetos sociais.

Os dois dirigentes partidários pediram pra ele pensar melhor, pois poderia realizar muito mais como prefeito. Zebão pensou, conversou com a mulher, com alguns amigos e resolveu: por que não? Se o povo quiser, se meus amigos estiverem comigo, posso tentar. Só que àquela altura, o adversário mafioso já estava maquinando um plano para tirar Zebão do caminho. Ele já tinha o costume de contratar matadores.

Um dia antes da eleição efetuariam o assassinato e o caminho ficaria livre para o seu candidato. Mas o inesperado aconteceu. Os dois assassinos vinham pela 381 lustrando suas armas, quando uma carreta bi-trem que vinha na contramão bateu de frente com eles. Não deu tempo nem de gritar ai. No outro dia na eleição, DEU ZÉBÃO! ( DEUS É BÃO)

 

ATENÇÃO ARTISTAS DE TODO BRASIL 

TEMOS UM RECADO PARA VOCÊS

 

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

    OBRIGADO, INEZ, OBRIGADO, BOM JESUS DO AMPARO!

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