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Quem sabe a origem do ser humano, levante a mão. O que nós, parte da geração atual, sabemos? Quem tem noção do porquê estamos neste mundo, apresente-se e, por favor, explique-se. Esclareça, inicialmente, dando resposta à pergunta: quem não se dedica a entender é idiota, tolo, ignorante? Ou retardado?  Concorda que todos somos bocós?

Inclusive eu. Mas procuro. Tento mostrar o pouco que aprendo. Pois precisamos nos engajar, entender-nos, trocar ideias, sermos leais. Ninguém pode começar a pensar a partir do meio da história, mas do princípio, da causa, pois nunca há efeito sem fundamento.

O erro é o começo de tudo

Aí está o grande pecado: doidos e normais, sabidos e ignorantes, todos querem fazer um julgamento sem raciocínio lógico. O que há de narcisista empinando o nariz por aí não está no gibi. Num virar de página, num ouvir ou ver de reportagens no rádio, na televisão e na internet, já querem logo mostrar o resultado.

Em alguns casos, prefiro acreditar no papo de boteco, embora não tenha frequentado botequins ultimamente. Das coisas boas que entremeavam encontros com amigos em noites de papo, agradava-me mais chegar à meia-noite ouvindo ideias e conclusões, anedotas de salão chulas ou requintadas.

Hoje isso há mais. Bares chiques atuais entendem que a música é que precisa mandar nas noitadas e arrebentam os nossos ouvidos. Antigamente, não. Eram papos de futebol, de Atlético x Cruzeiro, Flamengo x Vasco, que se constituíam como pratos diários. Já disse que a juventude e os próprios adultos destes nossos tempos gostam de rebolar, torcer as cinturas e suar. Poucos sabem deslizar pelos salões em boleros, valsas, até mesmo rock and rool.

Cães ladram, nenhuma caravana passa

Dizem que sobre política conversam. Mas, na verdade é de politicagem com intrigas, futricas que tratam. Sociologia? Geopolítica? Ideologia? Nada entra na discussão desses curibocas atuais. Os caras praticam o nazifascismo e não sabem o que é Socialismo e Comunismo. Papagaios de fundo de quintal.

Então é isto. O sujeito pega carona no meio do caminho e acha que pode dar o seu palpite sem retroceder, sem saber o que ocorreu há anos. Ou seja, os anos passaram, milhões, bilhões,  e ele não estava presente, mas quer bancar o algoz do mundo. Quando chegar ao juízo final vai para o banco dos réus e não para o corpo de jurados.

“Estou chegando, nada sei, mas sou contra”

Fácil de se explicar: houve uma palestra e você não participou dela. Chega no meio das apresentações, quando tudo já virou comentários. A discussão gira em torno do que se falou na ausência do babaca. Aí o cara chega, intrometido,  e mete a colher no tacho? Às vezes cumprimenta assim: “Estou chegando agora, não sei de que se trata, mas sou contra!”

Não é isso só, não. Para opinar sobre história, ocorrência, fatos,  é preciso que saibamos entender a natureza do tema, os detalhes, os porquês.

Desculpe-me, você, não me intrometa em  conclusões disparatadas. Não há tema sem princípio, meio e fim.

É preciso dar vida aos fatos e iniciar pelo menos pelo big bang ou por Adão e Eva. A razão antecipadamente e não depois que a procissão passar. Chega de julgamentos também! Senhor narcisista, recolha-se à sua insignificância! Vamos com conversa séria. OK?

E fim de papo

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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