O mês de junho vai passando e ainda não vimos as coloridas bandeirinhas, movimentos de barraquinhas, fogueiras, canjica, pipoca, pé de moleque. Algumas escolas promovem a festa virtualmente e cada criança em sua casa vestida a caráter, os enfeites a cargo da mãe que tenta transformar a sua sala em um ambiente propício ou, pelo menos que lembre uma festa junina. É uma maneira criativa para animar os alunos e as famílias, que têm passado muito tempo em casa e com poucas opções de entretenimento.
Também é um jeito de matar a saudade das atividades que estão fazendo falta. Com certeza, se não fosse a pandemia já estaríamos comemorando presencialmente por todas as partes. Costumes que foram trazidos pelos portugueses quando da colonização do Brasil e se tornaram tradicionais em nosso país. A festa anteriormente era em homenagem a São João e se chamava festa joanina.
Porém, a Igreja Católica passou a homenagear também os santos Antônio e Pedro e como é realizada em junho posteriormente passou a ser chamada de festa junina. Essas festas se tornaram populares e passaram a ser realizadas por igrejas em quermesses, nas escolas, empresas e outros. E foi pensando nisso que me recordei de uma tarde do mês de junho, de um ano sem pandemia.
O cenário enfeitado de bandeiras e balões. Crianças vestidas de caipiras, dançando ao som das cantigas em homenagem aos santos e a tradicional quadrilha. Era a festa junina da escola infantil aqui perto de casa. A música tradicional animava a criançada.
“Pula a fogueira, iaiá!
Pula a fogueira, ioiô!
Cuidado para não se queimar
Olha que a fogueira já queimou o meu amor”
Voltei no tempo, lá pelos anos dourados. Meu pensamento fixou-se na “minha escola” que se chamava “Grupo Escolar Odilon Behrens”. Hoje continua com o mesmo nome, mas mudou para Escola Estadual.
As lembranças tornaram-se nítidas, reais. As roupas, as cantigas, as emoções das crianças, misturando-se às minhas emoções e transformando-se em uma saudade feliz!
Maria Flor de Maio Ferreira Muzzi