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O ano agora é 2028.  Não será muito avanço, se espichar o calendário apenas em dois anos. Resolvemos imitar, ou melhor, dublar um filme no título e no contexto. A película se chama “Um jantar para idiotas” lançada em 30 de julho de 2010, cujo diretor se chama Jay Roach, que se fixou na  autoria de Francis Veber. A ideia é de uma  empresa estadunidense com o propósito de transformar em comédia o rumo de uma comemoração.

Transformar em fatos itabiranos nunca foi tão fácil. Infelizmente, o nosso povo tem se mostrar  imbecil e tenho mil provas disso. O filme  preparado se resume  no seguinte: seria premiado quem apresente no jantar o sujeito mais idiota que existe e que fizesse  (ou faça) todos  rirem.

IDIOTAS

Não tive dúvida, mas agora, depois de tanto tempo, presumivelmente oito anos depois,  levasse (ou leve) os seguidores dos fatos que somos nós, os perdedores e  os mais de 20 mil  chegando a 80 mil que elegeram a dupla Marco Antônio e Lage e Gomes, prefeito e vice-prefeito, respectivamente, de Itabira. Haveria o tal jantar para idiotas, cujo cardápio seria preparado no próprio local, o Parque de Exposições. E se faltasse iguarias, completasse (ou complete) com fubá ou farelo de milho e água, se tiver.

Alguém pode e deve afirmar que o eleito não é nenhum bobo da corte, conhece mil ou mais países e tem passaporte para a Lua, Marte e Saturno.  O aclamado carregou até o mastro da idiotice, mas transferiu-o para os demais babacas votantes, tirando o peso de suas costas ou, como dizem na zona rural, cacunda. Azar de quem não votou porque a cara de pau de ir pedir ajuda não cola neste momento. E tem gente que não fica mais dependurado, sem emprego, pois baba-ovo 24 horas por dia, fora de um descanso semanal.

Outra explicação que sustenta a lábia avançada do filho de Harcy Lage é o exemplo que nos deixou um amigo, intelectual, super social, Armando Bello (in memoriam), que organizou a entrega do troféu  “Mala do Ano”, bons tempos aqueles.  Com muita classe, o povo atendeu e participou, resultando nisso um belo exemplo para as gerações vindouras. “Mala” é aquele que, apesar de maçante, também é muito querido, tem no olhar do interlocutor uma excelente prova de amizade. Lembro-me do itabirano antigo, Antônio Meia-Noite, um simpático advogado, que varava as madrugadas contando casos e causos.

ACONTECIMENTO

Vamos às eleições de 2020. Em Itabira, o opositor de Ronaldo Lage Magalhães  para prefeito seria Bernardo Mucida de Oliveira, com muita chance de ser o vencedor. Mas, que pena, Mucida desistiu e a notícia viajou quilômetros por minuto.  Chegou ao conhecimento do interessado que tocava seu veículo em direção não sabida. Mas valeu para pegar o telefone e discar para a ilustríssima esposa, que trabalhava em seu livro, na Fazenda Boitempo. Marco não estava próximo ao Ipiranga, mas direcionado agora ao regato Ipoema : “Serei candidato a prefeito dessa Itabira do Mato Dentro!”_ vociferou ao refrear das rodas no acostamento, agora dirigindo-se a Itabira a imensuráveis quilômetros por minuto.

A madame retribuiu com um sonoro “Não vai! Pode desistir desde já”. Ela  manda, desmanda e remanda.  Mas, o jeitoso como os pais o educaram, educado também pelas  professoras, inegavelmente tornou-se um gentleman incomparável, preparado ainda  por um extremo marketing, ninguém vence a lábia do mancebo cinquentão. Ele inda conta com empurrões do marqueteiro  Márcio Magno Passos, esse que deu até ao luxo de renunciar à sua função profissional diante dele, por mero conhecimento visual do futuro, a uma semana do pleito eleitoral.

MOEDA

O outro lado da moeda nem era de bronze, nem de prata, mas de ouro puro, quilate avançado. Não vou dizer que fui eu o primeiro influencer de sua campanha, mas, sim, o pioneiro bobo “até encostar na cerca” que lhe enviou uma mensagem de apoio. E ele não teve a vergonha de proclamar na sua primeira live. Sinal de que naquele momento ele me dava algum valor.

Os números das eleições assustaram os frequentadores de praças (agora tempos umas 30 de sobra), esquinas, botecos, salões de beleza, velórios, quando ressoaram pelas 1001 rádios que hoje a cidade ostenta.

Vamos conversar um pouco mais sobre o tema eleitoral. Agora é necessário apenas comentar que Marco Lage não cumpriu uma só promessa de campanha, na qual andei pegando até a danada da Covid-19, que me deixou  sete dias de quarentena e mais um milhão de pitos de filhos e netos. Alguns “marcolagistas” me humilham até hoje, depois de tudo passar,  chamam-me de cego, além de surdo, que já sou, e  manco de uma perna, isso é mentira.

Como disse no início, a data de hoje é, presumivelmente, agosto de 2028, quando completarei oito anos de uma decisão merecedora de guilhotina e ofereço o pescoço para tal ato. Um desabafo por Itabira, que está à beira do fim, ameaçada, quem sabe, sabe e esteja rezando.  Espero que neste ano os itabiranos da época não estejam chorando mais R$ 4 bilhões torrados, chegando a nossa cifra queimada a R$ 10 bilhões pelo desalinhado gestor, uma nota que daria  para construir um toldo cobrindo o município de Itabira com notas de R$ 200.

Agora me dirijo a ele: Marco Antônio Lage, esta não é uma carta aberta, mas se você conseguir fazer tudo ao contrário do que ando escrevendo, isto é o que imagino diferente  do que faz ou fez,  e der certo, como a maioria talvez concorde, pagarei a seguinte promessa: irei a pé da Praça de Ipoema ao topo do Morro Redondo, no sol a pina ou na chuva torrencial.

Que assim seja!

23/12/2024 (ou 31/12/2028)

Foto: Redes Sociais

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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