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Palavra de origem inglesa: “Bully” significa “valentão”, e o sufixo “ing” representa uma ação contínua. A palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com  características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar uma agressão isolada, resultante de uma briga, mas uma intimidação repetitiva contra um indivíduo que não é aceito por um grupo. É também um ato de violência praticado com ameaças a ordem pública, a indivíduos em seu ambiente de trabalho, e até no meio social, principalmente em escolas.

Tudo começa com uma simples crítica negativa, e cresce na medida em que o indivíduo humilhado e ameaçado passa a sofrer psicologicamente com isto. Esta  prática  consiste em um conjunto de violências que se repetem por algum período. Geralmente são agressões verbais, físicas e psicológicas que humilham, intimidam e traumatizam a vítima e, comumente,  acontecendo as três ao mesmo tempo. Os danos causados pelo bullying podem ser profundos, como a depressão, distúrbios comportamentais e até o suicídio.

As vítimas são intimidadas, expostas e ridicularizadas. São chamadas por apelidos vexatórios e sofrem variados quadros de agressão com base em suas características físicas, seus hábitos, sua sexualidade e sua maneira de ser. São agressões e intimidações constantes.

As vítimas de bullying podem sofrer agressões de uma pessoa isolada ou de um grupo. Esse grupo pode atuar apenas como “espectadores inertes” da violência, que indiretamente contribuem para a continuidade da agressão.

Normalmente, chamamos de bullying o comportamento agressivo sistemático cometido por crianças e adolescentes. Quando um comportamento parecido acontece entre adultos, geralmente no ambiente de trabalho, classificamos o ato como assédio moral.

O bullying é uma prática injusta, visto que os agressores ou agem em grupo, ou com o apoio do grupo, ou agem contra indivíduos que não conseguem se defender das agressões. O comportamento dos agressores, na maioria jovens, frequentemente passam por problemas psicológicos ou sofrem agressões no ambiente familiar e na própria escola, e tentam transferir os seus traumas por meio da agressividade contra os outros.

Os direitos básicos garantidos a todos os seres humanos defendem que o bullying é uma agressão  com reflexos muito graves para a sociedade e que deve ser combatida com muito diálogo, aconselhamento, dentro da escola e no meio familiar.  As vítimas são impotentes diante das agressões e o ato pode levar até a morte do intimidado.

Bullying escolar

O bullying pode acontecer no condomínio, na vizinhança, em grupos ou agremiações esportivas, mas o local onde mais acontece esse tipo de crime é na escola, porque é na escola onde os jovens passam grande parte de seu tempo e interagem com um número maior de pessoas. Também é na escola o lugar onde os reflexos da sociedade fazem com que se crie uma espécie de micro-organismo social, que tende a recriar a sociedade em um espaço menor e isolado. A sociedade em geral é agressiva e excludente, e esses fatores tendem a se repetir entre os jovens no âmbito escolar.

Na escola, os cruéis padrões de beleza e comportamento ditados pela sociedade aparecem como normas. Em geral, um grupo dominante reafirma e dita esses padrões dentro do âmbito escolar, fazendo com que se estabeleça uma regra (a normalidade) e tudo aquilo que fuja dessa regra seja considerado como inferior e digno de sofrimento e exclusão. O grau de popularidade dos que se consideram superiores e a sua maior aceitação pelo grupo fazem com que eles se sintam no direito de tratar mal aqueles que não são populares e não se enquadram no padrão do grupo.

Além da intimidação, da perseguição e da violência psicológica, o bullying pode levar à violência física. Os profissionais da educação devem ficar atentos para evitar os casos de bullying e resolver a situação, conscientizando os agressores e auxiliando as vítimas. Há que haver um diálogo constante entre pais, educadores e alunos para evitar traumas e complicações graves futuras. Conheça a escola do seu filho. Procure saber se existem  traços de bullying  por lá!

A vigília começa na família, no interesse dos pais pelos seus filhos, na preocupação dos pais com o ambiente escolar de seus filhos. “A educação e a orientação ética vem do berço, do meio familiar. Cabe à escola educar o seu filho para a vida profissional e em sociedade, confirmando e baseando-se nos princípios éticos e morais, aqueles nos quais se fundam a ação humana dirigida para o bem, que são ensinados pelos pais  e  pela família.

É preciso ficar muito atento ao comportamento dos jovens! “Se seu filho sofre bullying ele apresenta traços: pouco rendimento na escola, baixa autoestima, quadros de irritação, depressão e choro constante, ansiedade e medo, que devem ser tratados, pois eles podem interferir nas relações pessoais, na vida em sociedade e no trabalho e ocasionar até o desenvolvimento de vícios em drogas e álcool.

“Bullying é coisa séria! As consequências são graves e múltiplas. Abrace seu filho! Proteja seu filho e conheça o ambiente que ele frequenta.

Se você presenciar uma situação de bullying, DENUNCIE! Procure ajuda! “Para além das campanhas governamentais e não governamentais, é necessário que as famílias unam-se com os profissionais da educação para que todos possam trabalhar na conscientização de seus filhos e no apoio emocional de que as vítimas do bullying necessitam.“

A Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2016 sobre o bullying escolar foi sancionada no Brasil pela presidente Dilma Rousseff e institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A lei composta por oito artigos torna a luta contra o bullying escolar uma política pública de educação e implementa uma série de ações que visam erradicar o bullying por meio de campanhas publicitárias, capacitação dos profissionais da educação para lidarem com casos de bullying e o diálogo mais estreito entre a escola e a família.

As consequências são muito sérias, graves, profundas e podem ser até a causa de muitos ataques violentos às escolas, com intimidação de alunos e professores, brigas entre alunos e gangues, luta armada e porte ilegal de armas. Falaremos sobre isto oportunamente!“

Fique atento! Denuncie antes que seja tarde demais! O silêncio gera violência!

Darliete Martins

  • OS TEXTOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES
Darliete Martins
Darliete Geralda Araújo Martins, itabirana, professora e jornalista. Especialista em Gestão Pública, Saúde Pública, Direito Sanitário e Comunicação e Saúde, atualmente ocupa o cargo de comunicadora social na Prefeitura de Itabira. Trabalhou como assessora de Comunicação Social na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais na Gerência Regional de Saúde de Itabira, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade exerceu o cargo de Curadora de Atividades em Comunicação

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