(Parte 1)
Falar de violência parece ser clichê demais, um assunto mais que comentado, e sem solução, no entanto. Serei mais uma a comentar o fato. Mas isto é necessário. É necessário que todos se manifestem contra o fato, visto que, a violência, é hoje, uma das principais preocupações da sociedade porque atinge a vida e a integridade física das pessoas sejam elas crianças, jovens, adultos ou idosos.
A violência, infelizmente, é um produto de modelos antidemocráticos e de pertubação da ordem que têm suas raízes na história do mundo. É uma transgressão da ordem e das regras de vida que devem ser seguidas por toda a sociedade. Ela é um atentado direto à vida humana, a ausência e desrespeito aos direitos do outro, a violência representa pressão psicológica e agressão física, simbolizada pelo estupro, brigas em família e falta de respeito entre as pessoas, agressividade nas atitudes e palavras.
Geralmente, a violência está associada à pobreza, à miséria, à exclusão social, mas nem sempre isto é a realidade. A agressão, o crime e a violência física e psíquica acontece em todos os lugares, até em nossas casas. Padrões de educação contrários ou diferentes das normas de convivência e respeito podem causar estranhezas, desconfortos e gerar a violência.
Consequências
Alguém agredido de qualquer forma, tem dificuldade de se relacionar com o próximo, com o cônjuge, com o filho, com a escola, com os colegas, no trabalho e em sociedade. Aí, a dificuldade de relacionamento, de aprendizagem, de adaptação e convivência em sociedade torna-se difícil, desconfortável, impossível, se não for tratada. É preciso estar atento para ajudar os que se encontram nessa situação. Somos produtos do nosso meio, e só vamos devolver ao mundo aquilo que ele nos der ou ensinar.
É preciso a construção da paz
As pessoas não precisam ser iguais, na verdade, nem podem ser iguais. Cada ser é único!
A vida é cheia de novidades e expectativas, e toda unanimidade é burra, sem horizontes, sem contrapontos, que podem levar a outros raciocínios e resultados diferentes, embora muito positivos e legítimos.
A violência é uma atitude reprovada, porque é criminosa, e ela é criminosa porque nós a reprovamos. É uma situação de pressão, de ameaça ou falta de capacidade dos indivíduos reagirem a uma série de ataques internos e externos ao quais são submetidos.
Infelizmente, a violência gera violência. Os atingidos são pessoas tristes, solitárias, anti- sociais, excluídas dos grupos, vilipendiadas, criticadas e desvalorizadas. Em consequência disto tornam-se deprimidas, têm também momentos de fúria e de choro, e até ideias de auto extermínio ou mutilação por se sentirem rejeitadas.
As crianças, por exemplo, refletem na escola o que vivem no seu dia a dia. São pessoas caladas, afastadas das outras crianças, e sofrem com o bullying. Criticadas sentem-se humilhadas e submissas e tornam-se cidadãos complexados, que não desfrutam com alegria dos prazeres da vida e da amizade.
As violências domésticas e simbólicas são também praticadas em casa ou na escola e geram indivíduos incapazes de se adaptar ao mundo com dificuldades de se sentirem amados e de saber amar.
Pais, alunos e professores devem unidos, observar e estar atentos ao que acontece ao seu redor. A atenção que se dá a qualquer pessoa para o seu crescimento como ser humano, como um indivíduo participativo e pertencente ao mundo, é fundamental. A atenção é a forma mais rara e pura de generosidade. O mar não é menos bonito aos nossos olhos por sabermos que às vezes navios naufragam (Simone Weil).
Darliete Martins
(Continua na próxima semana)